
Em seu projeto de lei, Raupp diz que, coibindo a venda dos games, "busca-se proteger o princípio da igualdade". Segundo ele, a criminalização da venda dos jogos eletrônicos "harmoniza-se com os [crimes] tipificados no art. 20". Entre os delitos expostos no artigo citado está a fabricação e a comercialização de propaganda para "fins de divulgação do nazismo".
"Embora sejam classificados pelo Ministério da Justiça, alguns jogos de videogame desprezam, notadamente, o comportamento correto das crianças, ensinando palavrões", diz o parecer da comissão, lembrando que já existe uma classificação etária de recomendação de jogos de videogame feita pelo Ministério da Justiça. Em seu relatório, a comissão opinou pela aprovação do projeto.
No final de 2010, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania emitiu um parecer sobre o projeto e substituiu "videogames" foi substituída por "jogos eletrônicos" por ser um termo mais adequado à "legislação brasileira".
De acordo com Raupp, uma audiência pública que inclui um debate com especialistas sobre o assunto será feita, e isso pode mudar o teor do projeto. O senador explica que ele ainda precisa passar pelo plenário, pela Câmara e pela presidente.
NOS ESTADOS UNIDOS
Nos Estados Unidos, a situação caminha em outra direção. No final de junho, a Suprema Corte do país rejeitou uma lei da Califórnia que pretendia banir a venda, para crianças, de videogames considerados violentos. Foramsete votos contra dois. "A lei é generalizante porque limita os direitos contidos na Primeira Emenda [que trata da liberdade de expressão] para os jovens cujos pais pensam que os videogames violentos não são prejudiciais", disse Antonin Scalia ao site da rede CNN.
A Associação de Software de Entretenimento, que tem membros como a Disney Interactive Studios, a Electronic Arts, a Microsoft e a Sony, comemorou a decisão como uma "uma vitória completa e histórica" dos direitos de liberdade de expressão e "da liberdade criativa de artistas e contadores de histórias de todos os lugares".
A lei norte-americana, de 2005, define um videogame violento como aquele que representa "mortes, mutilações, desmembramentos ou violência sexual em uma imagem de ser humano". A indústria de videogames dos Estados Unidos fatura cerca de US$ 10,5 bilhões anualmente em vendas."
Folha de São Paulo 06/07/2011 semanal TEC.
Fonte: Sussu World
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